CONTEXTO – O monitoramento convencional da qualidade de águas exige uma série histórica de dados para que se possa efetivamente ser aplicado às situações práticas desejadas, com o grau de precisão que cada aplicação determina. Ao utilizar técnicas de sensoriamento remoto para complementar e adensar as redes de monitoramento convencionais é necessário partir do mesmo raciocínio e sistematizar uma série de características das propriedades óticas das águas continentais e dos seus componentes oticamente ativos para então, ampliar o uso do sensoriamento remoto para todos os tipos de corpos d’água, sem restrição de tamanho ou de tipo de água.
OBJETIVO – A construção de um banco de dados sobre as propriedades óticas das águas continentais do país tem por objetivo agregar informações para a construção de “balanço ótico” do corpo hídrico através da caracterização completa de suas Propriedades Óticas Inerentes (POI) e Aparentes (POA) e seus Componentes Oticamente Ativos (COA) da coluna d’água. Este conjunto de variáveis forma o balanço ótico da água onde alguns parâmetros (radiância e irradiancia para calculo da refletância) são diretamente comparável aos dados de sensores aerotranportados ou espaciais (POA) e que, em conjunto com o coeficiente de absorção do material dissolvido (POI) e as demais características dos componentes oticamente ativos (COA) possibilita o calculo da absorção do material particulado e dos coeficientes de espalhamento e retroespalhamento.
METODOLOGIA – A caracterização das propriedades óticas no campo, por ser uma medição altamente sensível às condições ambientais de aquisição, demanda o uso de protocolos robustos e homogêneos pelos diferentes grupos da rede, e desta forma nos fazem considerar o uso de equipamentos e protocolos utilizados pelos melhores grupos de pesquisas do mundo. Para o conjunto de propriedades óticas, o levantamento a partir de radiômetros (equipados com dois sensores) considera a medição simultânea das radiâncias e irradiâncias para o calculo da refletância e um espectrofotômetro portátil para a medição que possibilita o calculo da absorção do material particulado e dos coeficientes de espalhamento e retroespalhamento.
Por fim, as medições de parâmetros de qualidade de água incluem técnicas de amostragem de água tradicionais para caracterização posterior em laboratório dos sólidos totais e voláteis, além da clorofila e dos pigmentos por Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (HPLC – High Performance/Pressure Liquide Chromatography), da granulometria e da mineralogia. Medições em tempo real no campo da clorofila e dos grupos fitoplanctônicos que são realizados junto às medições ótica com um fluoespectrofotômetro.
RESULTADOS ESPERADOS – O banco de dados e as propriedades óticas das águas continentais do país devem atender:
1) atividades como a definição de algoritmos de inversão, avaliação e validação dos produtos de sensoriamento remoto;
2) ser utilizado no futuro por outras entidades e grupos de pesquisas para continuar a ampliar o uso do sensoriamento para monitoramento operacional dos recursos hídricos.
Autor
Henrique Bernini